Tratamento Cirúrgico da Retocolite Ulcerativa – Eletivo

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  • Indicação cirúrgica

Indicação cirúrgica

Indicações eletivas: intratabilidade, câncer ou suspeita de câncer.

Indicações de urgência: hemorragia, perfuração, obstrução ou megacolon toxico

 

Eletivas:

Colectomia segmentar

Contraindicada

Colectomia total com ileorretoanastomose

Indicada quando houver colite extensa com reto preservado ou pouco inflamado. É indicada especialmente em mulheres jovens que queiram constituir família. Trata-se de procedimento mais rápido, com menor morbidade e pode ser realizado por cirurgião geral,. A permanência do reto doente obriga a manutenção do tratamento e permanece o risco de câncer obrigando a seguimento endoscópico.

As principais causas de perda do reto são:

  • Retite intratável

Figura 94 Retite intratável

  • Displasia ou câncer

Figura 95 DC com neoplasia de reto

  • Aparecimento tardio de doença perianal em Crohn levando a incontinência anal

Figura 96 DC evoluindo com fistula pós bolsa ileal

No caso de perda do reto, o paciente pode ser submetido a bolsa ileal

 

Retocolectomia total com bolsa ileal associada ou não a ileostomia em alça

 

Figura 97. A. Bolsa ileal em J B. Anatomose bolsa anal

 

Indicada na intratabilidade clinica e na colite universal com displasia.

O paciente deve apresentar boa continência anal e ausência de câncer retal. O paciente deve ser bem esclarecido quanto aos resultados da operação e ter capacidade de adaptação.  A operação pode ser realizada com ou sem ileostomia de proteção. Os critérios para não fazer ileostomia são os seguintes: operação sem intercorrências; anastomose

sem tensão e anéis intactos; boa hemostasia; manobra  do  borracheiro  negativa; ausencia  de desnutrição , anemia e sepse, sem uso  prolongado  de  corticosteróides. Acima de tudo o paciente tem que concordar com os eventuais riscos de não se fazer esta ileostomia.

Não há limite de idade para realização deste procedimento, mas pacientes mais idosos estão mais sujeitos a incontinência e escape noturno. Pacientes obesos estão mais sujeitos a complicações cardiorrespiratórias, internações mais longas e aparecimento de hérnias incisionais.

 

 

As causas mais frequentes  de  falência  da  bolsa podem ser:

  • Precoces:
    • fistulas
    • abscesso
    • sepse  pélvica
  • Tardias:
    • bolsite
    • retite  residual
    • estenose da anastomose íleoanal
    • fístulas  bolsa/vagina
    • manifestação de doença de Crohn

Figura 98   A e B. Estenose da anastomose ileoanal C. fistula entre a vagina e a bolsa ileal

 

Figura 99 A. Deiscencia da anastomoes Ileo-anal B. FIstula na anastomose C. Deiscencia da pele

 

O aparecimento de bolsite é proporcional ao tempo de cirurgia. Associa-se a pior resultado funcional, com maior número de evacuações, pior continência e restrições sexuais,  obrigando o paciente nos casos de bolsite crônica a voltar a tomar medicamentos  e, em alguns casos mais graves, determina a perda da operação com necessidade de ileostomia definitiva.

Figura 100. Bolsite

 

A bolsa ileal determina alterações importantes como anemia, deficiência de ferro, vitamina B12, má absorção de sais biliares e gordura, deficiência de vitamina D, perda óssea, nefrolitiase.

No caso de perda de bolsa pode se tentar refaze-la. Se for impossível, ressecar a bolsa e optar pela ileostomia terminal

 

Proctocolectomia total com ressecção interesfincteriana e ileostomia terminal

Indicada nas colites extensas com incontinência anal, na impossibilidade técnica de realizar bolsa ileal, e nos casos em que outras técnicas falharam (IRA).

 

Figura 101 A. Produto de proctocolectomia total B. Ileostomia terminal

 

Amputação abdominoperineal do reto com colectomia total e ileostomia terminal

indicada nos casos de RCU com neoplasia de reto baixo.

Nos casos de neoplasia associada, a cirurgia deve obedecer a princípios oncológicos o que eventualmente impedirá a feitura de bolsa ileal.

 

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